... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Tudo pode acontecer... Nada está seguro.



"Não sou o tipo de mulher a quem se mente. Orgulho imbecil. Todas as mulheres se julgam diferentes; todas pensam que certas coisas lhes não podem acontecer e todas elas se enganam.” Simone de Beauvoir em A Mulher Destruída


Era verão, quando no aconchego da sala de estar Carlos me olhava vagante e indagou se por acaso eu pensava em deixá-lo. Imediatamente retruquei em negativa e tive a impressão que ele estava inseguro. Pois, eu estava num bom momento profissional e de autonomia pessoal, o que por vezes o devia afetá-lo pelo temor da minha perda. 

Em tempos remotos, numa de nossas crises até pensei em deixá-lo por conta de suas aventuras extraconjugais. Embora, ele sempre as negassem e inclusive me ameaçava em caso de divórcio. Porém, eu sempre consertava nosso casamento.

Contudo, novamente, no final do verão ele repetiu a mesma pergunta, mas com um olhar menos afetuoso  me levando a responder calmamente da impossibilidade quase que absoluta quanto a me separar dele. Afinal, passamos por tantas coisas juntos desde crises internas e externas, doenças e agora estávamos mais tranquilos. Imaginei ingenuamente que Carlos estava enciumado e na minha tolice tive compaixão dele, quase beirando uma culpa sem dar motivos.

Depois, seu comportamento se tornou agressivo e distante. Ele passou a chegar tarde em casa, sempre insatisfeito e arrogante. No outono, ele me deixou por uma amante. Fiquei destruída.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A fumaça das lembranças...



Por um instante, consegui lhe encarar e ver o brilho em seus olhos como antes, ao me contar uma piada repetida e revê-lo na intimidade de compartilharmos o tabaco. Ele já não tinha a aparência envelhecida e desgastada de minutos antes. Surpreendida com seu regozijo daquele simples ato de tragar meu cigarro manchado de batom, como se quisesse sentir meu gosto novamente, indaguei-me como poderia se sentir bem diante da sua credora de afeto, depois de tudo.
 


Afinal, minhas feridas ainda estavam abertas e volta e meia sangravam, diante da profundidade do golpe. Porém, como bom egóico ele não somente se limitava em olhar para o próprio umbigo, sem se importar com as consequências de seu hedonismo, mas também gozava diante das dores alheias que causara. Sem o menor remoço, rejuvenescia na minha presença como um vampiro, a me sugar as poucas energias restantes. Então, de repente apagou o cigarro pisando-o fortemente a ponto de despedaçá-lo e me olhou triunfante, bem como havia me esmagado tempos atrás.
 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O que eu quero... Tu não podes me dar !

Bastava afeto na cumplicidade das mãos dadas ao caminhar na areia fresca da praia ao amanhecer. 

Dividir o contemplar do pôr-do-sol em silêncio à beira-mar, depois do cansaço das nossas línguas filosofantes. 

Simplesmente, amor e plenitude.




O descanso da alma...

Não é mais solidão
É solitude
Optar em se bastar
Viver das lembranças
Apagar as desilusões
Receber a paz
E, descansar a alma