quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Sem passado num futuro incerto...

"Minha morte começou há muito tempo e habituei-me a ver meu passado separar-me de mim." Simone de Beauvoir in Balanço Final

 


A finitude sempre foi muito dolorosa e abre-se um vazio imenso incapaz de preenchimento. No decorrer da vida nunca soube lidar com essas perdas e o luto fica suspenso pelo sofrimento. A solidão toma conta da minha existência como uma sanção imposta e sinto-me morta. Pois, meu passado torna-se tão longínquo que me esqueço da felicidade de outrora e mergulho nas lembranças tristes com a estagnação do presente. O temor de um futuro incerto só aumenta meu sofrimento pelo vazio do pretérito. 

São dias cinzas e noites escuras, sem que eu possa perceber a luz solar dos verões tropicais e aquecer meu espírito, assim também é a ausência da luz lunar e estrelar no início das primaveras. Vivo completamente mergulhada no inverno gélido ruminando meus fracassos.

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