"A voz empostada ao meu pedido de ajuda, fez-me sentir mais ainda desamparada. Todas solicitações são adiadas ou disfarçadas em negativas, não há mais receptividade em meus apelos, nem mesmo empatia. Sou uma estranha que incomoda. Onde foi parar o afeto que outrora me alimentava ?"
Os dias passam... Mas, já são anos. Estou estagnada, sem forças ou energia. A luz do dia me cobra atitudes, das quais me torturam. Somente a escuridão da noite me acalanta, pois a cidade dorme e sou esquecida.
O esquecimento é a minha imanência, donde agonizo em meu desamparo. A solidão me compraz em lembranças remotas de um tempo longínquo, aonde me furtam a vida.
Tempo e espaço se confundem entre prantos e desassossegos batucando impiedosamente em meu exílio emocional. Sem que algo possa cessar o turbilhão de pensamentos desconexos a me enlouquecer.
A minha dor é solitária, mas por vezes teima em pedir socorro. Se não for entendida, entedia quem ignora o que seja este sofrimento que arde no âmago sem trégua.
Não há saída do abismo, cujo aprisionamento é infinito... Eu não morri, mas estou morta.