... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Nem sempre o rompimento precisa ser traumático... Deixar o outro ir também é um ato de amor.

 "Já te vejo brincando gostando de ser
 
Tua sombra se multiplicar
 
Nos teus olhos também posso ver
 
As vitrines te vendo passar"

 Chico Buarque



Já vejo Lia feliz reconstruindo sua vida amorosa, sem amarras e principalmente, sem causar sofrimento a Alfredo que também já se reconstruiu. Hoje são os melhores amigos e guardam gratidão por um passado vivido.

Quando conheci Lia estava muito triste pelo fim de seu relacionamento com Alfredo. Viveram juntos por uns quinze anos e a paixão havia sucumbido, ela guardava algumas mágoas que desencadearam ao término da relação. Mas, fora extremamente sincera e tomara a atitude de se separar. 

Alfredo não concordava com a procriação junto à Lia, pois estava com sua paternidade preenchida de outro relacionamento anterior. Entretanto, Lia estava em plena juventude, não tinha filhos e era natural que almejasse sua maternidade. Ele também, focou muito em sua ascensão profissional com mestrado no exterior sem consultar Lia, cuja alternativa foi acompanhá-lo e adiar seus projetos profissionais. 

Lia se ressentia muito pela ausência de aquisição da casa própria, tendo em vista que Alfredo já possuía parte de um imóvel juntamente com a ex-mulher e jamais se organizou para proporcionar à ela uma segurança econômica. Além, de outras insatisfações que perduraram nesses longos anos de relacionamento.

Foi então, que Lia perdeu sua paixão por Alfredo e decidiu romper com o relacionamento. Mas, preocupada em não machucá-lo expôs seus motivos e resolveu amigavelmente solucionar a separação sem abandoná-lo abruptamente. Sendo, todas as decisões de procurar nova moradia compartilhada com ele.

Assim, ela alugou um apartamento no mesmo bairro e com ajuda de Alfredo decorou-o. Conseguiu um novo emprego reconstruindo sua vida profissional. No início, em dias alternados ficava no antigo lar e aos poucos foi se fixando à nova moradia. Mas, mantinha o hábito de jantar com ele. 

Nessa época, a conheci e me surpreendeu a maneira como conduziu o seu rompimento que apesar da tristeza do fracasso da relação, principalmente pelo sofrimento de Alfredo foi a melhor forma encontrada. Tal processo durou aproximadamente seis meses até ele se interessar por Vera, quando Lia definitivamente saiu de casa.

A amizade continuou forte entre os dois, incluindo a parceria em comemorações das datas especiais, e após quase um ano Lia cansou-se com André e vive plenamente apaixonada, sem traumas. Alfredo já passou por dois relacionamentos e encontra-se em vias de nova união e feliz.

Em suma, a paixão de Lia por Alfredo acabou, mas o amor continua. Seus laços afetivos permanecem...


domingo, 10 de janeiro de 2016

A cegueira sentimental...

"Não fui o que os outros foram
Não vi o que os outros viram
Mas por isso, o que amei,
amei sozinho." 
 Edgar Allan Poe


Era tão visível aos olhos dos outros, quem você era. Mas, eu não conseguia ver. Sua arrogância, mesquinhez de sentimentos e traição, tão visíveis. Mas, eu estava cega.

Assim, você se aproveitou da minha generosidade e confiança para me sugar toda vida de alegrias e felicidades. Deixando-me imprestável para continuar viver. 

Depois, de toda covardia, ainda se nutre da minha desgraça. Mas, todos me avisaram e eu não acreditei, o quão cruel você era. 

À mim, restou a solidão absoluta da afetividade perdida. E, você ? O que restou ? Talvez, apenas os sentimentos furtados que não lhe servem porque você é vazio.