... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

O desencontro... A condenação da busca...


Quando na estrada escura, tateei o espaço sem encontrar tua mão e sem amparo para os tropeços da noite cega, chamei teu nome. Sem resposta, sentei à ermo esperando a claridade chegar. Fantasmas me assombravam, mas não temi pela certeza da tua chegada.

A noite passou longa, fria e faminta. Mas, nunca desesperancei a tua busca em mim, porque quando tu estavas perdido no caminho sinuoso, eu estava lá no teu encalço para te apoiar das topadas que te fizeram cair.

Amanheceu e a estrada se fez luminosa, mas te esperei. Não segui adiante, porque esperava tu me alcançares, mesmo ciente da limitação do teu atraso. 

Porém, no entardecer recuei, e saí percorrendo o caminho da volta. Na ânsia em tua busca, me perdi e nunca mais cheguei. Restando, condenada ao eterno desencontro. 

segunda-feira, 15 de junho de 2015


"Normal é a pessoa que simplesmente consegue viver, quaisquer que sejam as circunstâncias, contanto que lhe sejam garantidas as condições mínimas de vida. Mas muitos não o conseguem; por isso não existem muitas pessoas normais. O que comumente entendemos por "homem normal" é, na realidade, o homem ideal, portador de uma feliz mistura de caráter — o que é raríssimo. A grande maioria das pessoas mais ou menos diferenciadas requer condições de vida que lhes garantam algo mais do que simplesmente comer e dormir com relativa segurança. Para essas, o fim de uma relação simbiótica representa um abalo profundo." Jung


sábado, 13 de junho de 2015

A Ausência...



Então, ele me tirou da família
Dos amores possíveis
Do mundo

E, sempre me deixava sozinha
No início eram horas a sua espera
O jantar era sempre sozinha

Aí, preencheu meu vazio
Com um pedaço seu
Pequenino
Que eu cuidava sozinha

Depois, passou a me deixar 
Mais tempo sozinha
Por mais dias

Seu pedaço cresceu 
E, ele reservava poucos dias
Para cuidar dele

No fim, a distância era tão grande
Que eu passei a não esperá-lo mais
Seu pedaço passou a ser inteiro

Um dia, ele nunca mais voltou
Mas, deixou sua metade inteira
Que também, foi deixada

Agora, nem a metade inteira
Lembra mais dele
Porque ele nunca foi presente

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Uma mulher intensa...

Sou intensa e ardente, meu interior não é nada insosso. Está sempre bem temperado de angústias e de sonhos. Ora, sou doce e suave. Mas, não me esprema porque posso me tornar ardida demais.

Quase Pronta


Em meu refúgio quase exilada do tempo
Observo a passagem quase estática 
Aproveito a brisa tépida que leva quase a Primavera
Já se vai quase mais um ano
Do qual quase não senti passar
Mas, estou quase feliz

Corpos enamorados...


Nas ruas e avenidas homens floridos e doces atravessavam apressados aos encontros de suas amadas.

Nos bares e restaurantes casais enamorados borbulhantes brindavam o amor.

A cidade amanhecia colorida como um jardim primaveril.

Permaneceu congestionada pelas mensagens poéticas.

E, anoiteceu perfumada com ares sensuais. 

Hoje braços se entrelaçam, pernas se enroscam e lábios se tocam...

Uma alma atormentada...


“Minh’alma agoniza nos labirintos longínquos da mente perturbada nesse pensar desenfreado que me cansa o espírito. O absurdo vem dessa incessante busca do equilíbrio que não me pertence e me atormenta a cada instante no turbilhão de idéias e pensamentos.‘’


O grito é a libertação de tantos silêncios impostos...



Quantas mulheres são vítimas de violência e, nem se dão conta. É o olhar reprovador, o comentário maldoso, a situação de constrangimento, as grosserias, as cobranças sexuais como obrigação e os afazeres do lar, o ciúme infundado como coação da liberdade... 

É no subterrâneo da violência psicológica que incide o assédio moral, aonde mulheres são indefesas e vulneráveis. Sendo, destituídas da dignidade como indivíduos, apagadas em sua auto-estima e sufocada pelas ameaças.

E, preocupadas com a família, se calam, amargurando culpas absurdas impostas pelos seus algozes. Mas, essa violência se estende aos filhos, adoecendo-os psicologicamente. Portanto, o homicídio ou a surra é o último estágio de uma violência contumaz velada, embotada e contínua que paralisa as vitimas. 

Assim, seguem solitárias em seus sentimentos abrindo mão de seus desejos, objetivos e planos individuais, em troca da ilusória condição do esteio familiar.

domingo, 7 de junho de 2015

Então, ele se nutriu de mim
Tirou-me a juventude
Levou-me o afeto
Sugou-me o amor 
Deixando-me vazia


Ira...


"Um é levado a destruir o outro por um ligeiro ganho, ninguém obtém lucro senão com o dano de outrem, odeiam quem é feliz, desprezam o infeliz, não suportam alguém superior, oprimem o inferior, são incitados por desejos diversos, querem que tudo se arrase em troca de um leve prazer ou espólio. Sua vida não é diferente da dos que convivem e lutam com os mesmos parceiros numa escola de gladiadores. É esse um agrupamento de feras, com a diferença de que elas são mansas entre si e se abstém de morder seus semelhantes, já eles são saciados pela mútua laceração. Somente nisto diferem dos animais: no fato de que estes se tornam mansos com quem os alimenta, e a raiva dos homens devora exatamente quem os nutriu." (Séneca, in "Sobre a Ira")