... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Estou só...



"Houve tempo em que podia ir sozinha ao cinema, ou mesmo ao Teatro. É que não estava só. Havia em mim e à minha volta a sua presença. Agora, quando estou só, digo-me: - Estou só. - E tenho medo." Simone de Beauvoir 


terça-feira, 14 de junho de 2016

A morte...


Amor...




"Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura".  Guimarães Rosa


terça-feira, 7 de junho de 2016

Mudanças...


"Eu sempre tenho a sensação de que poderia ter feito mais, esperado, doado, suportado mais. Quando na verdade, sou movida por um anseio inatingível da perfeição. Depois dessa coisa toda, vem a frustração, a superação e o entendimento de que não dá pra ser impecável e muito menos prever as melhores atitudes e posturas sempre. E diante de tal processo, sigo o ciclo, mantenho o movimento e vou largando bagagens que não me servem mais pra dar espaço à novas experiências..." Joany Talon

A chuva...


Foi na dor mais profunda de minha alma que procurei a ti, aqui, debaixo de chuva, em súplicas do teu perdão inverso, sem que houvesse culpa. Mas, tua alma infame recusou-o. Posto que amiúde caberias à ti suplicar o meu perdão. Atravessei a rua completamente vazia levando ao meu peito o espinho cravado da tua soberba. A chuva lavava meu pranto humilhado deixando escoar tua partida para nunca mais voltar. Então, tu te foste... Tempos findos, acontecimentos acabados e retorno ao mesmo lugar de onde guardo a mágoa passada, numa mesma manhã chuvosa. Só que desta vez, atravesso a rua me abrigando com o guarda-chuva vermelho sem lamentar a tua ida.

O viajante...



"É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já. Assim é. Assim seja." José Saramago

Nosso amor...

“Se eu te amo é que tu és amável. Sou eu que amo, mas tu, tu também estás envolvido, porque há em ti alguma coisa que me faz te amar. É recíproco porque existe um vai-e-vem: o amor que tenho por ti é efeito do retorno da causa do amor que tu és para mim. Portanto, tu não estás aí à toa. Meu amor por ti não é só assunto meu, mas teu também. Meu amor diz alguma coisa de ti que talvez tu mesmo não conheças.” Jacques Alain-Miller



Em plena sintonia de afetos, mantivemos nossos elos desde a tua partida para novos rumos. Nos comunicamos espaçadamente, porém em continuidade. A cada contato, consigo saber exatamente teus pensamentos e como te sentes diante dos desafios da vida escolhida. 

Ora, estás ansioso despejando teus desabafos, em que me quedo quase silente na escuta cúmplice em solidariedade. Outras vezes, trocamos diálogos curtos em súplicas de ajuda ou extensas conversas inacabadas na troca filosófica de posicionamentos. 

Respeitamos nossos limites, na compassividade dos sentimentos. Quanto menos falamos mais nos aproximamos. É na maturidade que afastamos os fantasmas do passado e selamos a paz. Seguindo tranquilos o inevitável destino.

Assim, compartilhamos o nosso amor em diferentes formas na aliança cúmplice do tempo.

 

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Em sentimentos vazios...



E, na tua fala posso sentir o vácuo acometido ao teu espírito. Nem o prazer das tragadas do tabaco conseguem preencher a solidão registrada nas palavras contínuas do diálogo interrompido pela ausência de tua alma. Tuas escolhas, já não te bastam mais, se não podes compartilhar a vida bucólica ao lado de quem deverias amar. 

És um homem em sentimentos vazios... 





sábado, 4 de junho de 2016

Destino


à ternura pouca
me vou acostumando
enquanto me adio
servente de danos e enganos 



vou perdendo morada
na súbita lentidão
de um destino
que me vai sendo escasso 



conheço a minha morte
seu lugar esquivo
seu acontecer disperso 



agora
que mais
me poderei vencer?

 
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

O vazio...


É nas profundezas das noites taciturnas
que a melancolia me visita com as lembranças
do passado inacabado pelo amor furtado
que insiste em cobrar os débitos
e adormeço mergulhada no pranto da saudade.

Nas manhãs seguintes o mundo ressurge
inabalado pela minha tristeza
o dia resplandece como cúmplice 
ao canto retumbante dos pássaros 
alertando para mais batalhas da vida.

Enquanto isso, tu estás condenado ao remorso 
carregando o peso da alma vazia 
vagando pela aventura da incerteza
do falso refúgio nos braços hipócritas 
aprisionado na mediocridade cinzenta.
Claudine Garcy