... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A ira...


Os danos são incalculáveis quando se sofre violência. 
Da ira à inércia, 
Do ódio ao temor, 
Da tristeza ao desespero, 
Da dor ao sofrimento 
E por fim, o trauma.

 

O luto...


Aos poucos vou saindo do luto. Foram anos vivendo no limbo, sem perspectiva de algum futuro possível. Na verdade, a melancolia, por mais longa que seja, apenas se vivencia o passado na tentativa frustrada de regaste das lembranças. Não há presente, pois o sofrimento apaga qualquer temporalidade ativa contaminando negativamente algo que ainda possa vir.

Jogo meus antidepressivos no lixo, que me ajudaram a sobreviver na dor pungente, mas me anestesiaram da vida. Onde as emoções pareciam estar controladas para não haver oscilações. Nem tristeza e nem euforia, apenas o linear inerte, tal qual o olhar paralisante ao infinito sem horizonte. 

Os anos marcaram minha pele, branquearam meus cabelos, modificaram minhas feições e aumentaram meu peso, cujo envelhecimento julguei-o injusto pela rapidez derradeira. Mas, não. Foi sim, um longo tempo no vácuo como se estivesse em coma e acordasse de repente, e ao me olhar no espelho não me reconheci.

Agora, volto ao amadurecimento saudável e percebo meu corpo retornando suas formas pertinentes à idade, minha nudez não me apavora, pois meus seios permanecem dentro da firmeza esperada apesar da cicatriz esquerda já tênue pela recuperação longínqua da cirurgia. Assim, a beleza vai aflorando novamente com vivacidade transmutando a opacidade da pele em suaves vincos imperceptíveis pela luminosidade da pouca maquiagem, aos fios prateados dos cabelos ainda os mantenho longos e recorro a tintura que os colore. 

Na desorganização da casa, ainda restam gavetas abarrotadas de escritos amarelados, roupas mofadas pelo desuso e caixas lacradas empoeiradas, que precisam da iniciativa para faxina. Talvez, agora consiga remexer no desconforto emocional que tanto protelei evitando reviver as lembranças daquele tempo sacramentado. 

Você não me faz mais falta, sua ausência presente sepultou todo um passado que se evapora me libertando do caos


   

sábado, 21 de novembro de 2015

O Tempo perdido...




A juventude se esvai.
Parece que se foi em instantes.
Mesmo, no decorrer dos anos.
Vividos com planos inacabados.
Que agora, se foram.
Sem poder realizá-los.

Assim, meu pranto jorra.
Em lágrimas doídas.
Pelos anos esvaídos.
Sofridos.
Pela traição do tempo.
Do engano.

A decepção machuca.
Pela expectativa frustrada.
De uma época roubada.
Na violência sentida.
Que resulta no desamparo.
Da solidão forçada.