... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

"A Mulher não existe"


"Se desejarem saber mais a respeito da feminilidade, indaguem da própria experiência de vida dos senhores, ou consultem os poetas, ou aguardem até que a ciência possa dar-lhes informações mais profundas e mais coerentes." (FREUD)


“É pelo que ela não é que ela pretende ser desejada ao mesmo tempo que amada. Mas ela encontra o significante de seu próprio desejo no corpo daquele a quem sua demanda de amor é endereçada.” (LACAN)

domingo, 17 de julho de 2011

Homens de rosto mais largo são menos confiáveis...



“ Existem tantos arquétipos quantas as situações típicas da vida. Uma repetição infinita gravou estas experiências em nossa constituição psíquica, não sob a forma de imagens saturadas de conteúdo, mas a princípio somente como formas sem conteúdo que representavam apenas a possibilidade de um certo tipo de percepção e de ação.” 



“Imagens” expressam não só a forma da atividade a ser exercida, mas também, simultaneamente, a situação típica no qual se desencadeia a atividade. Tais imagens são “imagens primordiais”, uma vez que são peculiares à espécie, e se alguma vez foram “criadas”, a sua criação coincide no mínimo com o início da espécie. O típico humano do homem é a forma especificamente humana de suas atividades. O típico específico já está contido no germe. A idéia de que ele não é herdado, mas criado de novo em cada ser humano, seria tão absurda quanto a concepção primitiva de que o Sol que nasce pela manhã é diferente daquele que se pôs na véspera.” (Carl Gustav Jung)

Homens de rosto mais largo são menos confiáveis...

Pelo menos é o que dizem os psicólogos da Universidade de Saint Andrews. Eles convidaram um grupo de homens para brincar com um jogo de computador, no qual os participantes poderiam confiar um nos outros ou então “sacanear” o companheiro para se dar bem.

No início de cada jogo, o computador mostrava uma face sem expressão do outro participante. Então o participante deveria decidir imediatamente se sua tática seria confiar naquele sujeito ou então tentar ganhar o jogo sozinho. Cooperando, a chance de ganhar o jogo seria maior, mas um jogador precisaria depender do outro.

Os cientistas descobriram que os participantes confiavam mais facilmente nos colegas que tinham um rosto mais fino. E os sujeitos com rosto mais largo também tinham uma tendência maior a tentar ganhar os jogos sozinhos.

(...) (http://hypescience.com/)

Homens com rosto largo são mais propensos a mentir, dizem pesquisadores americanos...

RIO - Se você acha que é esperta o suficiente para saber se um homem é bom caráter logo numa primeira conversa, saiba que um grupo de pesquisadores americanos passou a sua frente. A partir de uma análise comparativa de comportamento e características físicas, eles concluíram que homens com rosto largo são mais propensos a mentir e trapacear que os de rosto fino, mas também são mais bem sucedidos nos negócios.

Os cientistas acreditam ter evidências para mostrar que a medida da largura do rosto de um homem dividida pela altura da sua face é um indicador do quão poderoso ele se sente e de sua disposição para quebrar regras sociais, a fim de atingir seus objetivos. O estudo sugere que o cálculo pode ser um velho sinal evolucionário da agressividade de um homem quando lida com pessoas que ele considera competidores, segundo o professor Michael Haselhuhn, que liderou o estudo na Universidade de Wisconsin-Milwaukee.
- A razão largura sobre altura geralmente é um sinal positivo, falando em termos de evolução.

Especificamente, quando homens competem por recursos com outros homens, o rosto largo é um forte sinal de agressividade, e comportamento autointeressado - disse Haselhuhn. - Descobrimos evidências de que a ligação entre o tamanho do rosto do homem e seu comportamento antiético é causado por um senso de poder. Homens com medidas maiores do rosto se sentem mais poderosos, e esse sensação de poder os leva a uma atitude inapropriada - ele disse.

Os estudos envolveram o teste de um grupo de 192 alunos de Administração para ver o quão prontamente eles estavam dispostos para mentir ou trapacear para ganhar vantagem sobre um competidor. Os homens de rostos mais largos eram cerca de três vezes mais propensos a passar a perna no outro comparados com os de face mais fina, de acordo com o estudo publicado na revista " Proceedings of the Royal Society B.".
- É importante reconhecer também que homens com o rosto mais largo não são todos maus. A mesma sensação de poder e agressividade que geram comportamento antiético pode ser um benefício se for canalizada corretamente.

sábado, 16 de julho de 2011

Os melhores anos roubados...

“A infidelidade não é um comportamento normal, mas um sintoma de algum problema.(...) Ninguém pode levar uma outra pessoa a ter um caso. A insatisfação em um casamento pode ou não ser um esforço conjunto, mas as decisões sobre como lidar como uma situação intolerável são claramente individuais”.

“O que é natural para os seres humanos? Com que animais parentes nós mais nos parecemos: gibões, gorilas, orangotangos ou chimpanzés? Os gibões são tão monógamos que afugentam todos os intrusos, incluindo seus próprios filhos. Os gorilas são polígamos; (...) Os orangotangos são solitários e anti-sociais, mas ocasionalmente se encontram na floresta. Os chimpanzés são promíscuos (...). Todos nós conhecemos pessoas que seguem alguns desses padrões; elas acham seu padrão tão natural quanto seus modelos primatas devem achar.”
(Frank Pittman, in Mentiras privadas: a infidelidade e a traição da intimidade.)



Maria, durante uma sessão psicanalítica, faz uma importante revelação de seu casamento e questiona por que permitiu seu marido lhe roubar os melhores anos de sua vida.

- Dra. Ilka refletindo sobre meu casamento, hoje vejo que José foi o autor de tamanha crueldade e me dói muito relembrar episódios que guardei sigilosamente a sete chaves.

Pausa... Devido ao choro de Maria.

- Continue..., Maria.

- Em aproximadamente dez anos atrás, descobri que José se relacionava com uma mulher casada juntamente com seu marido, através de um chat de fetichistas e investiguei me passando por José. Como também, cheguei ao contato telefônico com aquela mulher e fiquei muito chocada.

José participou com o casal o sado-masoquismo, que consistia em amarrar a mulher e ter relações sexuais diante da presença do marido. Devido a conversa que tive com a mulher ficou bem claro que a fantasia ultrapassou as vias virtuais chegando a vias de fato.

Por mais duas ou três vezes, descobri outros contatos dele com outras mulheres pela internet. E, imaginava que era apenas virtual, mas desta vez estava claro que José me traia. Sofri muito, mas tentei resgatar meu casamento e perdoei-o.

Depois, passei a viver sempre na corda bamba com José e sofria calada, mas com a esperança de esquecer tudo. Evitava discutir a relação para não ter brigas, sabia que nosso relacionamento sexual não o satisfazia e acabei perdendo a libido. Pois, José era compulsivo sexualmente, tinha necessidade de fantasias sexuais e cada relação era insatisfatória.

As cobranças sexuais de José me martirizavam, pois ele me tinha como um objeto e não era adepto do romantismo que eu objetivava. Foram anos de tortura, com insinuações de introduzir terceiros ao ato sexual, com menages ou outro casal. Mas, aquilo não fazia parte do meu contexto e me afastava sexualmente.

Como me recusava a ceder as fantasias, era ameaçada constantemente pela insinuação de que ele procuraria na rua o que não tinha em casa. E, o pior tudo, era acusada injustamente de ter um amante. Sendo inclusive, monitorada e investigada pelas minhas ligações telefônicas.

- Maria, primeiro temos que tratar sua auto-estima. Depois, entraremos na questão sexual que pelo visto foi muito dolorosa para você e traumatizante. Pois, não é normal esse tipo de comportamento dele. Continue...

- Por vezes, José me inquiria com datas dos meus relacionamentos passados. Me pressionava para saber das intimidades vividas e deixava bem claro, que se eu o traísse ele acabaria comigo. Tanto que, por algumas vezes tentei me separar dele e fui ameaçada.

O ciúme era doentio e havia sempre desconfiança da minha fidelidade, sempre era taxada de proferir meias verdades e estar escondendo algo. Aquilo me angustiava muito porque sempre fui sincera e contava tudo ao José.

- Ele punia você quando na verdade, ele era infiel. Usava o mito do espelho se refletindo. E, não se iluda ele fará com a outra que está com ele agora, o mesmo que fez com você. É uma questão de caráter.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Filhos... Um amor incondicional !

                                                                                                          

"A sólida base de nossa visão do mundo e também o grau de sua profundidade são formados na infância. Essa visão é depois elaborada e aperfeiçoada, mas, na essência, não se altera."

(Schopenhauer in Parerga e Paralipomena
"Sobre os diferentes períodos da vida")



Ao retornar de mais um dia de trabalho, lanço o cumprimento rotineiro ao porteiro que me abre a porta do edifício.
- Boa noite ! Sr. Pedro e obrigada.
- Boa noite, Dra. Olga, tudo bem com a senhora ?
- Tudo bem e com o Sr. ?
- Comigo tudo bem também, mas tenho achado o Yuri muito triste.
- Triste ? Como assim ?
- Ah ! Dra. ele era tão alegre assim, como a senhora. Agora, anda de cabeça baixa e não fala mais com a gente.
- Não é nada, não, Sr. Pedro. Coisa de adolescente.

Segui no elevador até a porta de casa angustiada pela dor do meu filho, pois esse não era um comentário avulso. Por inúmeras vezes, fui informada da tristeza que assombrava meu filho após a minha separação.

Tanto os vizinhos comentavam da mudança de comportamento de Yuri, como os amigos também, ao me depararem pela rua. Era inegável o seu abalo emocional, diante do afastamento do pai. O rendimento escolar, a falta de ânimo, a agressividade e o semblante pesado, já demonstravam todo o sofrimento em que ele estava passando no momento mais decisivo da sua vida, adolescência e preparação para o vestibular.

Minha chegada não tinha mais a recepção esfuziante do meu filho, que agora se sentia desamparado e solitário. Como de costume, aproveitei a hora do jantar para conversar sobre o seu dia e laconicamente Yuri ia respondendo automaticamente sem construir diálogo. Apesar, de todos os dias enviar-me mensagens carinhosas via celular, tipo: “Mamãe te amo muito... te amo demasiadamente... “

De contrapartida, o próprio pai não estava interessado em dar a atenção devida ao filho, evitando participar de sua criação e pouco se importando com o seu estado emocional. Deixando unicamente ao meu encargo dar atenção, amor e cuidar de Yuri. Nem mesmo, a visitação era respeitada, comprovando assim, o total abandono afetivo do pai.

Com olhos úmidos, evitando chorar, Yuri me revela da decepção com pai. Do quanto perdera a admiração pelo genitor e, pior ainda, que o considerava um canalha. Senti uma pontada no peito, por mais que eu tentasse apaziguar aqueles sentimentos do meu filho, ele rispidamente me cortou.
- Mãe deixa de ser boba, esqueceu o que fez conosco ? Acorda ! Meu pai odeia você e não me ama.
- Meu filho, não pense assim. Isso não é verdade, seu pai ama muito você.
- Ama nada, meu pai não tem moral alguma.
- Entenda de uma vez por todas que a separação se deu comigo e não com você. Filho é pra sempre e aliás, você é uma pessoa maravilhosa, estudioso, ajuizado. Seu pai e eu temos muito orgulho de você.
- Mas, eu tenho muito orgulho de você, Mãe. E, dele não. Ele foi um péssimo exemplo na minha vida, nunca quero ser igual à ele.

Chorei muito, naquela noite e me senti impotente diante da ausência daquele pai que por ora, fora tão adorado, até mais do que eu pelo meu filho. Indubitavelmente, a referência paterna havia se quebrado e o tempo dirá as conseqüências dessa rejeição. Tanto que o prenuncio já começara, com a adição de bebidas alcoólicas por Yuri.

A separação conjugal desestrutura a família, portanto é extremamente necessário que os pais sejam presentes com os filhos para não romper com o laço afetivo. Admiração se constroi com atitudes éticas e bons exemplos. Somos responsáveis pela saúde psicológica de nossos filhos.
(Claudine Garcy) 

sábado, 2 de julho de 2011

A paz da manhã depois de ter sobrevivido...


"Quando acordei esta manhã no quarto úmido e escuro, ouvindo o tamborilar da chuva por todos os lados, tive a impressão de que havia sarado. Estava curada das palpitações no coração que me atormentaram nos últimos dois dias, praticamente impedindo que eu lesse, pensasse ou mesmo levasse a mão ao peito. Um pássaro alucinado se debatia lá dentro, preso na gaiola de osso, disposto a rompê-lo e sair, sacudindo meu corpo inteiro a cada tentativa. Senti vontade de golpear meu coração, arrancá-lo para deter aquela pulsação ridícula que parecia querer saltar do meu coração e sair pelo mundo, seguindo seu próprio rumo. Deitada, com a mão entre os seios, alegrei-me por acordar e sentir a batida tranquila, ritmada e quase imperceptível de meu coração em repouso. Levantei-me, esperando a cada momento ser novamente atormentada, mas isso não ocorreu. Desde que acordei estou em paz." (Sylvia Plath)

Despertei-me, ao som de Puccini e sentia-me leve e suave como uma pluma, sem a tortura dos pesadelos. Estava livre da angustia matinal que me atormentava a alma ocasionando o pranto rotineiro, sem os grilhões me aprisionando o espírito e cheia de vida novamente.

Nossa ! Há quanto tempo não me sentia assim, finalmente a vida retornou. Perdi mais de um ano sofrendo no âmago, a dor do fracasso de uma falsa relação. A tempestade passou e portanto, pensei, virá a bonança.

Olhei-me no espelho e fiquei orgulhosa de mim mesma, não havia preenchido meu espaço vazio com nenhum desavisado, possível vítima das circunstancias da minha solidão. Assim, não teria que trabalhar a culpa ou remorso de magoar a alguém. Aliás, sempre tive essa preocupação ética e sou tranqüila quanto à isso, nunca fiz com os outros o que não gostaria que fizessem à mim.

Havia tempos que me mantinha exilada, sem querer falar com ninguém e sofrendo solitária meu luto. Diante, da sobrevivência me veio a vontade de retornar as ligações que recusara atender. Então, comecei pela manhã mesmo a procurar pelas pessoas queridas que me faziam falta. Iniciei com dois amigos que aniversariavam, depois outros tantos que se alegraram como minha volta ao mundo.

Se, estou curada da depressão, não sei. Apenas, me sinto livre e feliz, pelo menos por hoje.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Castração narcísica...

"O amor dos pais gera amor pelos filhos(...) quanto mais se ama, mais isso se reflete nos filhos e nos outros, de uma forma afetuosa.
 A falta de amor na infância teve graves implicações no futuro de Arthur. As crianças que não recebem carinho materno costumam não se sentir seguras para gostarem de si mesmas, para acreditarem que os outros vão gostar delas ou para gostarem de viver. Na idade adulta, tornam-se distantes, recolhidas em si mesmas, e têm uma relação difícil com os outros. Foi esse o cenário psicológico que formou a visão do mundo de Arthur." (Irvin D. Yalom in A Cura de Schopenhauer)




A náusea é intensa pelo acúmulo de mágoas, misturadas à raiva e preciso colocar para fora esses sentimentos que me arde o estômago, me seca a boca e me dói o peito. O sofrimento é tão grande que a dor é física, a cólera me escurece a mente. Preciso colocar para fora tudo, como um vômito em golfadas, na tentativa de me aliviar da dor ou punir Samuel por todas as marcas da torturas sofridas de anos.

Não adianta, as mágoas continuam e nem, mesmo as lágrimas são capazes de lavar a repugnância de todo mal que ele me fez. Cansada adormeço, mas uma vez derrotada por Samuel. Não há vitórias a serem alcançadas contra um algoz sem sentimentos de culpa ou remorso.

Samuel não consegue amar e nunca se sentirá amado, pois sempre foi rejeitado por sua genitora e preterido pelo irmão. Talvez, aquela mulher nutra apenas sentimentos em relação ao irmão, o primogênito, donde ainda era feliz em seu casamento. Então, Samuel trouxe o estigma do desamor como fruto de uma união infeliz.

Sua patologia em grande parte vem de uma mãe amarga, odiosa e má. Enquanto seu pai sempre ocupou o papel de omisso, alienado à todas as reivindicações da esposa. Assim, sempre rejeitado e mendigando afeto alheio dos cuidadores pagos, Samuel viveu sua infância. Não é a toa que suas relações envolvem sempre interesses, sejam sexuais ou vantagens financeiras. Mas, como amar ? Se desconhece tal sentimento no seio de sua formação. Como se sentir amado, se nunca o ensinaram o amor ?

Com efeito, Samuel havia despejado todo ódio provocado pela rejeição materna em mim. O ciúme doentio sem motivos vinha da disputa pelo amor da mãe que lhe era negado e direcionado ao irmão.

Agora, estava regozijado e satisfeito pela vingança sem sentido, de todo sadismo que me levou a dor e ao sofrimento. Tanto que friamente disse-me: "Fiz isso no seu aniversário porque você preferia dar mais atenção aos seus amigos do que a mim !"