... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Minha alma livre...

Deixe-me ir.
O dia já vai raiar.
Não posso ficar.
Preciso de ar.
Sufoca-me tua insistência.
Sou livre de alma.
Não quero ficar.
Larga-me que volto.
Mas, me deixa sentir tua falta.

 

Lembranças...


Quando eu te esqueço, 
tu fazes questão de me lembrar. 
Da mesma forma que vens, 
num sopro volátil, 
tu te vais. 
Sobrando-me apenas,
as lembranças...  

 

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Dependência emocional...

"Ele na sua compulsão ia em busca de sexo na tentativa de preencher o vazio de suas angústias. Eu, já não o completava mais..."

 Drained - https://www.youtube.com/watch?v=JAkT9xfbZPI

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A vida passa na janela...

E, eu que amava as cores em movimentos, os sons em debates, a casa cheia em festividades porque a vida me transbordava, hoje, vivo em silêncio.

Agora tudo é vazio e solidão. Enquanto a vida passa na janela. Claudine Garcy

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Mudanças...

"De tudo que existe, nada é tão estranho como as relações humanas, com suas mudanças, sua extraordinária irracionalidade." Virginia Woolf

domingo, 21 de agosto de 2016

O desamparo...




O que mais me angustiava não era a solidão em si, pois gostava da minha individualidade e do silêncio depois de um dia de trabalho. Poder estar a vontade com minha aparência descuidada e não me preocupar com as roupas íntimas de algodão. Ademais, havia mais tempo para ler os livros da minha biblioteca, ouvir as músicas prediletas e me dedicar à arte da pintura ou escrever meus poemas. Mas, era o desamparo nos momentos de doença sem ter alguém para me dar a mão nas dores; medir minha temperatura na febre; ministrar os medicamentos e me preparar um chá ou sopa quando minhas forças se reduziam ao leito. Eu estava preparada para me bastar. Entretanto, não sabia perder.




 

domingo, 14 de agosto de 2016

A vida em branco...




"Volta e meia, ela percorre os caminhos do passado em pensamento sofrendo pelas injustiças sofridas sem direito de defesa. Seu pranto a paralisa pela incompreensão da ingratidão impingida e assim, ela mergulha na angústia. Condenada à prisão de suas dores a vida em branco."



quinta-feira, 11 de agosto de 2016

A ausência...



"A angústia surge do momento em que o sujeito está suspenso entre um tempo em que ele não sabe mais onde está, em direção a um tempo onde ele será alguma coisa na qual jamais se poderá reencontrar."  Jacques Lacan

Ao longe escuto sua súplica tímida e murmurante ao pai para vê-lo, quando na verdade queria estar participando da vida festiva daquele sexagésimo aniversário. Em sua solidão pela ausência paterna não consigo preencher esse vazio que o angustia e ele sai em busca de algum encontro. 

Na volta, seus olhos úmidos e mareados apontam seu desapontamento pelo esquecimento do afeto que o tempo cumpriu em afastamento deixando-lhe a falta. Já não há mais compartilhamento das datas em momentos especiais e nem a possibilidade de remotas viagens. 

A saudade da convivência batuca em seu peito apertado na busca do acalanto e ele adormece em minha cama na esperança onírica das memórias afetivas. Mesmo em vão tenta sentir o cheiro da proteção dissipada em novo rumo. 

E, sente-se desamparado e esquecido me despejando sua frustração pelo rompimento dos laços desfeitos.

O Espelho

Esse que em mim envelhece
assomou ao espelho
a tentar mostrar que sou eu.
Os outros de mim,
fingindo desconhecer a imagem,
deixaram-me a sós, perplexo,
com meu súbito reflexo.
A idade é isto: o peso da luz
com que nos vemos.
Mia Couto, in "Idades Cidades Divindades"

domingo, 31 de julho de 2016

O algoz...

"Ele tinha uma irrecuperável mania de me fazer sofrer... E então, saciava sua sede com minhas lágrimas." C. Garcy

 


 
No jantar as emoções a sufocam, a dor ela amortece com o álcool, apesar das censuras. Enquanto ele ocupa seu lugar de destaque e poder. 

É penoso lidar com os chistes e alfinetadas dele. Sem forças para reagir ela sofre e engole o pranto. 

E, ela segue seu rumo de volta para casa desabando sentimentos pelo inconformismo das maldades.

Nem o curto telefonema dele serve para remediar seus maus-tratos. Pois, ele se alimenta da vingança sem motivos.

Nada mais faz sentido para ela, apenas os fantasmas que não consegue apagar. Mais uma noite longa condenada pela angústia.

Tudo lhe foi usurpado. Até a vida.





domingo, 24 de julho de 2016

A finitude...

"O arrependimento só é eficaz
 quando se pode reverter a vida."

  
Na penumbra da pequena sala sob o foco de luz da luminária lateral ela abre seu diário repleto de emoções passadas e começa discorrer suas angústias presentes sem esperanças futuras. Mergulhada na solidão da madrugada fria no silente descanso do mundo reflete as saudades de outrora vivida pelas alegrias. A felicidade deixada para trás ressurge apenas nas lembranças que ela insiste em escrever em seus pequenos contos para não enlouquecer diante da amargura. Lágrimas gotejadas borram as letras manchando sua história dos momentos relevantes pelo amor perdido, pelos amigos mortos e pela juventude consumida. Cansada e desamparada em plena maturidade espera sua finitude ansiosamente sem a quem dar adeus.

domingo, 17 de julho de 2016

O tempo e suas consequências...

"Viver é isso: Ficar se equilibrando o tempo todo, entre escolhas e consequências." Sartre



O alface está quase murcho, talvez o tempo de você colher e chegar até a mim tenha desgastado seu frescor. Assim, como o tempo da nossa ausência tenha consumido nosso afeto. Mas, lavo folha por folha cuidadosamente acariciando cada uma que já começam a restabelecer seu viço e deixo-as hidratar em água fria na bacia. E, como num passe de mágica uma hora depois o alface está exuberante com as folhagens crocantes e exibidas em seu renascer.

Ah, se tivéssemos a paciência de lavar nossas mágoas e as feridas prolongadas ! Por todo tempo que nos machucou. Estaríamos agora germinando novamente o nosso amor. E, nenhuma praga ou intempere destruiria nossa horta. Porém, não fomos capazes de esperar a primavera e deixamos o inverno nos arruinar. Secamos nossos sentimentos com a estiagem, embora eu ainda guarde algumas sementes na esperança de uma nova colheita. 

Olho com nostalgia o belíssimo alface revigorado servido na solidão do jantar e um pranto contido transborda minha face lavando minhas rugas adquiridas pelo longo período separados. Sinto seu banzo e não há mais tempo de lavar sua tristeza. Pois, a terra não é mais fértil como antes e já estamos cansados para lavoura da paixão. Precisaria despejarmos todo o adubo acumulado nas estações para fertilizar o solo e semearmos a gratidão para colhermos o amor.

 

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Estou só...



"Houve tempo em que podia ir sozinha ao cinema, ou mesmo ao Teatro. É que não estava só. Havia em mim e à minha volta a sua presença. Agora, quando estou só, digo-me: - Estou só. - E tenho medo." Simone de Beauvoir