Carlos era um sujeito elegante, bonito, alto, com inteligência e humor destacados, sedutor e muito ousado, o que o tornava bastante desejável entre mulheres e homens. Tanto que em reuniões sociais, logo tornava-se o centro das atenções. Debatia qualquer assunto, com uma propriedade peculiar que o destacava dos demais.
Entretanto, para esconder sua insegurança era arrogante e pernóstico para disfarçar seu problema maníaco com a auto-estima, o que ocasionava uma desconfiança exagerada e um ciúme patológico capaz de desequilibrar qualquer relacionamento genuíno.
Desta forma, para se defender da angústia paranóica da rejeição, seduzia e colecionava relacionamentos sexuais clandestinos para satisfazer sua compulsão. Enquanto, mantinha um casamento com uma mulher jovem, bonita, atraente e apaixonada, cujo objetivo era na verdade acrescentar a posse diante de um falso triunfo exibicionista para os outros.
Com a crise da meia idade, a mania se refletiu em sintomas de irritação, desconfiança, delírios, auto-depreciação, se intensificando à necessidade do desejo reprimido de se sentir amado e correspondido. Assim, veio a elação, através de Mônica que satisfazia àquele desejo reprimido e não gerava perigo, ainda.
"... o ciúmes se enquadram no âmbito de uma relação triangular. Que essa problemática há três elementos em jogo: ele, sua amada e "o outro", e que o medo que o ciumento tem é que a pessoa que ele ama dê a esse "outro" (que costuma ir mudando com o tempo) o que só deveria dar a ele. E por que vai dá-lo a outro ? Aí se impõe, inconscientemente, o seguinte raciocínio: se dá a outro, é porque o ama mais que a ele. E o ama mais porque, com certeza, o outro é melhor e mais valioso." (Gabriel Rolón in Histórias de Divã)
E o que o Carlos deve fazer?
ResponderExcluirE o que a Mônica deve fazer?