"A angústia surge do momento em que o sujeito está suspenso entre um tempo em que ele não sabe mais onde está, em direção a um tempo onde ele será alguma coisa na qual jamais se poderá reencontrar." Jacques Lacan
Ao longe escuto sua súplica tímida e murmurante ao pai para vê-lo, quando na verdade queria estar participando da vida festiva daquele sexagésimo aniversário. Em sua solidão pela ausência paterna não consigo preencher esse vazio que o angustia e ele sai em busca de algum encontro.
Na volta, seus olhos úmidos e mareados apontam seu desapontamento pelo esquecimento do afeto que o tempo cumpriu em afastamento deixando-lhe a falta. Já não há mais compartilhamento das datas em momentos especiais e nem a possibilidade de remotas viagens.
A saudade da convivência batuca em seu peito apertado na busca do acalanto e ele adormece em minha cama na esperança onírica das memórias afetivas. Mesmo em vão tenta sentir o cheiro da proteção dissipada em novo rumo.
E, sente-se desamparado e esquecido me despejando sua frustração pelo rompimento dos laços desfeitos.
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