"O neurótico tem a alma de uma criança e suporta mal as restrições arbitrárias, cujo sentido não reconhece; aliás, ele procura apropriar-se dessa moral, mas desavém-se consigo mesmo. Quer reprimir-se, por um lado, e libertar-se, por outro. A este conflito damos o nome de neurose." (Jung in Psicologia do Inconsciente)
Nada mais faz sentido. Sinto-me fora, totalmente estrangeira de mim mesma. Não há amor e nem ódio, somente indiferença pela vida. Olho-me no espelho e não me reconheço. Pois, envelheci abruptamente sem ter percebido os anos passarem. Já não sinto o sabor do chocolate que me trazia a memória afetiva da infância e o vinho que por vezes me fazia levitar no bailado suave dos pensamentos, agora desce para estancar a sede da acidez das tristes lembranças. O alimento serve apenas para preencher o buraco da insatisfação. Talvez, eu tenha me perdido nesse mundo que não tenho lugar.
A dor me paralisa, mas as bengalas me ajudam seguir o longo trajeto do sofrimento.
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