"Lembrei o Eclesiastes. Que me dirá esse tesouro de sabedoria?
— Todas as coisas têm seu tempo, e todas elas passam debaixo do céu segundo o termo que a cada uma foi prescrito.
Há tempo de nascer e de morrer.
Há tempo de plantar e tempo de colher.
Há tempo de enfermar e tempo de sarar.
Há tempo de chorar e tempo de rir.
Há tempo de destruir e tempo de edificar.
Há tempo de afligir e tempo de se alegrar.
Há tempo de espalhar pedras e tempo de as ajuntar.
Há tempo de guerra e tempo de paz.
Assim fala o Eclesiastes. A cada coisa um tempo: eis tudo. Qual será o tempo desta coisa? Qual será o tempo daquela? Tal é a dúvida, tal é a incerteza.
Destruo agora; quando edificarei? Aflijo-me; quando me hei de alegrar? Semeio; quando hei de colher? Virá o tempo para isso... Quando? Não sei! A certeza é uma: a certeza do presente; a da destruição, a da aflição, a da plantação. O resto — mistério e abismo."
(Machado de Assis, in Felicidade pelo Casamento)
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