... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Só... Completamente sozinha.

"- Se estiver doendo, levante a mão, está bem ? Posso anestesiar, se você preferir.

'Doendo'. Se ele soubesse o que é dor. Crateras e rombos e vazios e fisgadas de dores profundas era o que não me faltava, é o que não me falta.
O cuidado, a delicadeza, aquele fio de voz, tudo me dava vontade de chorar como uma menina. Por pouco eu não respondi:

- Anestesia, não. Eu vim aqui pra sentir dor física mesmo. Dessas de quando se abrem as crateras e se expõem os nervos inflamados dos dentes. Quero ver se, desse modo, me curo da outra, uma dor abstrata que estou sentindo não sei onde." Marilene Felinto in Obsceno Abandono.


Os tempos são difíceis, bem mais do que antes. Chega a hora de renovar tudo, jogar fora o que sobrou sem utilidade agora, doar roupas antigas que não servem mais, trocar os móveis que não caberão na nova morada, analisar documentos e tudo que for preciso para seguir adiante. 

Tempos atrás, as mudanças me inspiravam renovar o nosso jeito de viver. Era como se ajeitássemos o que estava desgastado, às vezes que o amor caía na rotina desbotado, saíamos como nômades a procura de novos jardins floridos. Começávamos novamente a vida, ajeitando aqui, consertando ali, costurando e remendando as lacunas preenchidas com novas esperanças.

Tivemos tempos difíceis, os momentos eram outros, mas um estava com o outro dividindo as dificuldades, juntos. E, sonhando com novos projetos unidos, apesar dos obstáculos a serem enfrentados. O fardo era pesado e mesmo assim, teimávamos em enfrentá-lo porque dividíamos o peso. 

Agora, parto solitária e sigo a estrada sinuosa da vida mais só do que nunca. A dor de deixar para trás uma história de amor é demasiadamente acre e minhas pernas não conseguem facilmente andar como antes, meus braços não são fortes o suficiente para levar toda a nossa vida que você deixou para trás.

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