"A relação sexual não existe" Lacan
Isso não quer dizer que não temos prazer no ato sexual em si, apenas a relação sexual idealizada pela completude não existe. Não nos tornamos inteiros como ansiamos pela satisfação sexual que estará sempre imperfeita. Afinal, o desejo nos impede de sermos inteiros porque se desejamos há a falta.
As paixões nos arrebatam ao desejo, nos levando à entrega pelos beijos tórridos dos encontros furtivos. O tesão acelera os batimentos cardíacos, na ofegante troca de carícias que culmina no despir da alma. O olho no olho entre o entrelace das línguas afoitas é excessivamente prazeroso. O toque que arrepia aos sons dos gemidos alimenta o ego narcíseo. Nesse balé inusitado com troca de pernas e posições, clamamos pelo êxtase do orgasmo. Que num segundo adormece, esvazia, trazendo novamente a incompletude.
Mas, as paixões são clandestinas e cansam o desejo que se esgotam. E, então, sentimos a falta, da tranqüilidade do amor que nos completa mesmo sem o calor efêmero da paixão. Pois é, no amor que tranqüilizamos o espírito, repartimos os planos e projetos de vida.
É na calmaria do amor que nos sentimos seguros e confortáveis, de modo que a relação sexual não existe.
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