Somente aqueles olhos ternos vagando nos meus poderia ir no fundo da minha alma furtada de um passado sombrio. O semblante daquele homem doce e cortês esbanjava a sensualidade feminina dos poetas.
Havia uma tristeza misteriosa e solitária dos eruditos intelectuais. A minha ansiedade dominava meus impulsos da fala compulsiva e repetitiva. Nada do que foi dito no meu afã tagarela ficou.
Um beijo furtivo em público me arrepiou a espinha. Depois, na intimidade clandestina os beijos tórridos queimaram meu âmago. Mas, a timidez me paralisou os instintos.
Eu não estava preparada. De repente, sem a menor parcimônia estávamos contemplando o horizonte se colorindo com o raiar da alvorada.
Então, a brisa fresca marinha e o canto das gaivotas me despertou do devaneio. Tudo ficou para trás. Restou, apenas meu cheiro de lavanda que evaporou em poucas horas.
C. Garcy
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