Estou na ante-sala do Hospital, sinto uma contraditória sensação de uma dor profunda que me queima o âmago pela compaixão do sofrimento desta mãe que empunha a espada em defesa de seu rebento e, com um certo narcisismo simbólico da cumplicidade. Talvez, pela confiança compartilhada. Embora, minha vontade seja de arrancar os cabelos e gritar essa cólera íntima da revolta.
Não posso me descontrolar, afinal todo o amor que tenho por ela deve servir para não deixá-la sozinha na guerra e resgatar nosso soldado guerrilheiro ferido. Destemido, luta bravamente e se agarra com segurança à esperança da vitória. Caminha se arrastando no fio da navalha, tentando alcançar a vida que lhe cabe. Afinal, um dos compromissos do guerrilheiro é manter-se vivo.
Seguro o nó no peito, não posso explodir e tampouco despencar. Pois, a mãe parece confiar meu testemunho diante da injustiça, não tenho forças, mas quero dar-lhe meu colo e afagar suavemente seus cabelos até que adormeça, despertando quando a guerra acabar.
Não posso me descontrolar, afinal todo o amor que tenho por ela deve servir para não deixá-la sozinha na guerra e resgatar nosso soldado guerrilheiro ferido. Destemido, luta bravamente e se agarra com segurança à esperança da vitória. Caminha se arrastando no fio da navalha, tentando alcançar a vida que lhe cabe. Afinal, um dos compromissos do guerrilheiro é manter-se vivo.
Seguro o nó no peito, não posso explodir e tampouco despencar. Pois, a mãe parece confiar meu testemunho diante da injustiça, não tenho forças, mas quero dar-lhe meu colo e afagar suavemente seus cabelos até que adormeça, despertando quando a guerra acabar.
Contudo, é na dor lancinante e no sofrimento aterrador que vejo admirada a fortaleza dessa leoa Matriarca, lutando sem trégua numa guerra desigual. Envergonhada dos meus pífios sentimentos pela depressão que me levou a conhecê-la, seguro a mão macia e suave da doçura e a extrema sensibilidade da cria artista sentado ao meu lado absorto, diante da peça grega da vida.
Minha cabeça é um turbilhão de amarguras, logo ela, que acalanta meu pranto e cuida do meu rebento. Queria dar-lhe minha vida em troca do seu soldado que padece no leito, já que por várias vezes estive um paço de desertar. Mas, a vida não é justa e, somente resta a minha gratidão e compaixão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário