Àquela dor na alma e o sofrimento pulsante esgotava-me ao extremo na vida consciente. Nada mais fazia qualquer sentido. Não tinha vontade própria e a fraqueza das emoções me paralisava na desilusão de uma vida perdida. A realidade das perdas era insuportável a ponto de anular completamente meus desejos.
Outrora, a fome de vida e a implacável alegria estampada pelos risos e gargalhadas me bastavam. Tanto que, não havia necessidade de descanso, lutava constantemente contra o sono, poucas horas eram o suficiente para recarregar as energias em busca da tão almejada felicidade. Um tempo feliz, mesmo trocando planos e projetos. Àquela vida me bastava.
Agora, o mundo pesava em minhas costas cansadas e apenas, no mundo onírico meu inconsciente conseguia lutar contra os inimigos que roubara minha felicidade. Não era fuga e sim, sobrevivência de uma batalha constante para livrar-me do mal súbito a todo instante. Neste mundo dos sonhos, não havia cobranças, nem perdas, havia era a lembrança de tempos alegres num pretérito mais-que-perfeito, sem a interferência nociva do presente maçante e de um futuro incerto. Assim, não bastava-me mais poucas horas, necessitava de muito tempo e dias submersos em um eterno descanso da alma.
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