"Pratiquem a bondade, não criem sofrimento, dirijam a própria mente." Buda
Eu ficava remoendo minhas mágoas quando via o sofrimento do meu Filho, diante da negligência afetiva paterna. Tentava de todas as formas penetrar no seu âmago e arrancar àquela dor. Mas, não tinha como revertê-la somente para mim e livrá-lo disso.
Chocava-me a mendicância de afeto dele e a falta de compaixão do Pai, cuja situação de não saber se colocar no lugar do outro era evidente, como sempre fez em relação à mim, mas com o próprio Filho era inaceitável.
O tempo passara e por mais que eu tentasse amenizar as consequências da nossa separação traumática, com aproximação e perdão, as mentiras permaneciam e nosso Filho constatava a falência emocional e me culpava da passividade diante da crueldade do Pai.
Embora, eu reforçasse sempre que a minha relação com o Pai dele era totalmente diferente da dele em relação ao mesmo, a sua interpretação era o que importava, eis que tinha o pior juízo do Pai justamente pelo abandono afetivo. Assim, não surtia mais efeito fantasiar uma boa relação filial paterna, quando o tratamento aos irmãos era diferenciado.
Meu filho se sentia o "Patinho Feio" pela exclusão sentimental de um Pai que transferia à ele todo ódio de mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário