“Sinto uma coisa aqui dentro de mim… não sei explicar. Algo me sufoca, tenho suores e dificuldade de respirar.”
“Antes de vir aqui, fui parar na Emergência… achei que estava tendo um infarto !”
“De vez em quando tenho uma apreensão no peito, uma expectativa de que pode acontecer uma catástrofe.”
“Sinto muita pressão na cabeça, fico desesperada. Em casa dizem que estou ficando maluca.”
“Tenho um aperto no peito ! Às vezes parece que meu peito vai se abrir.”
“A cabeça dói. Sinto tonturas.”
“Isso surge de repente, não consigo entender o porquê.”
As frases transcritas acima, ouvidas na clínica particular e em atendimentos em uma Emergência Psiquiátrica, indicam a presença inexorável de um sofrimento que invade o corpo do sujeito. A angústia é real. Ela conduz muitas pessoas em momentos de crise a procurar ajuda médica em clínicas e hospitais públicos e particulares quando nada parece poder apaziguá-las. Existe, de fato, uma urgência na angústia e por isso a interrogação da paciente – incrédula – que busca uma cura imediata para algo que invade seu corpo.
Nas situações mais extremas – as crises de angústia –, a impressão que se tem é de que somente a intervenção médica, ou seja, a prescrição de remédios, poderá oferecer um alívio para o sofrimento que urge e desespera o sujeito.
Mas, afinal, o que é a angústia?
Sonia Leite in Angústia
Nenhum comentário:
Postar um comentário