"Quando você entrega todo o coração a uma pessoa e ela não aceita, não dá para pegar de volta. Você o perde para sempre." Sylvia Plath
Aquela agressividade gratuita, com os atrasos da chegada em casa depois do jantar servido e a insatisfação com a minha presença era tão evidente que Jorge não me amava mais. Porém, desavisada imaginava que fosse uma das suas crises existenciais tão frequentes pela baixa estima.
De repente, seus gostos mudaram e sua vaidade estava exacerbada. Mas, pensei que quisesse conter o tempo com a idade avançando. Até senti piedade dele pela insegurança da velhice, embora o amasse com a aparência cansada na mesma intensidade de quando era jovem.
Às vezes, sentia-me culpada por não ter acompanhado seu envelhecimento. Pois, aos quarenta anos, eu ainda mantinha a jovialidade e a alegria irradiada que chamava atenção aos olhares desejosos. Enquanto, Carlos se sentia apagado e distante de mim.
Eu estava vivendo no auge da minha intelectualidade e da minha plenitude emocional, com nossos filhos praticamente criados, sem as preocupações maternas das fases iniciais. E, foi quando veio o desamor dele que não soube acompanhar nossos triunfos juntos.
Então, tudo desabou trazendo tristeza para meus dias soturnos e a solidão das noites silentes. Em pouco tempo, envelheci rapidamente deixando minha felicidade na lembrança.
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