... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Vazio...

"Eu passava muito bem sem Deus e, se utilizava o seu nome, era para designar um vazio que tinha, a meus olhos, o clarão da plenitude." Simone de Beauvoir




Completamente só, sem qualquer amparo ou esperança de um futuro premente era como me sentia quando a porta fechou levando todos os nossos momentos desses anos de relacionamento. Fui definhando tal qual na última cena desesperadora do abandono em que parecia que minha alma escorria pelos pés ladeira abaixo. Fiquei oca demais por sentir que jamais fui amada no decorrer do longo tempo juntos, e ser descartada depois do desuso era desolador. Fiquei com raiva de mim mesma, por ter perdido as oportunidades da vida livre, das paixões efêmeras e dos amores possíveis. Afinal, por tantas vezes, diante de suas traições tive vontade de largar tudo e ir embora enquanto dava tempo de buscar a felicidade. Foram muitas as crueldades que sofri ao seu lado, com sua mesquinharia. As situações vexatórias por sua acidez social e perversidade em me destratar perante os outros. Eu ainda era jovem e um mundo me esperava com tempos melhores. Mas, tinha remorso em causar qualquer situação de sofrimento. Não conseguia me imaginar autora de dores, isso eu não suportaria. Pois, o seu fracasso emocional era também meu e todos os momentos da sua fragilidade me atingia despertando a empatia. Entretanto, não houve gratidão. Sua deslealdade desmedida combinada com a maldade vingativa foi além do suportável elevando seu regozijo em me destruir, justamente quando não havia mais tempo de me reconstruir. E, assim sem a menor parcimônia numa frieza implacável me empurrou no abismo do vazio sem motivos. Depois, de toda premeditação dolosa em me furtar a vida causando danos irreparáveis vagueio penando em becos sobrinhos a procura dos meus restos massacrados. As feridas nunca cicatrizaram e padeço a cada lembrança sem entender porque cegamente não reconheci a monstruosidade de pessoa que permiti entrar e me desalojar de mim mesma. Nada trará de volta a minha juventude alegre que me foram sugadas até a última gota. 

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