... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

domingo, 1 de maio de 2011

Ciúme não significa... Amor

 
“O ciúme eterno não depende da fidelidade do outro, mas é a expressão da insegurança na primitiva construção do ser.

Cada olhar, cada ausência não explicada do ser amado terá automaticamente o significado de uma traição, que mora no inconsciente do traidor reprimido” Alberto Goldin in Freud explica a dois.


Parafraseando Chico Buarque brevemente em "Budapeste"...  Eu era uma jovem, de 25 anos de idade, bonita, saudável, sensual, de cabelos longos, olhos brilhantes, sorriso estampado e radiante que encantava, extrovertida, alegre e de coração aberto. Ao adentrar a rua do destino, naquele verão em início de janeiro me deparei com aquele que fizera meu coração disparar num galope incontrolável... Estava ali o homem que julgava dar-me a completude dos laços eternos capaz de mudar todos os meus planos, assim como toda a minha sorte e destino.

Não imaginei que aquela paixão fulminante fosse acabar com o meu sossego de sentimentos mornos. Com uma vida social cheia e na ânsia de viver incondicionalmente minha juventude, cheia de expectativas, me entreguei de cabeça para aquele homem já vivido e com uma bagagem cheia de aventuras colecionadas.

Foram dias e noites com aquela sensação calorosa de preenchimento daquela paixão até então, correspondida. Mas, não tardou para que começasse a insegurança da dúvida. Logo em seguida, de uma noite de entrega tímida veio a desculpa de um término daquilo que nem havia começado. Por pouco tempo, retornando a minha procura. Por que não parei por ali ?

Em poucos meses, aquela paixão que me atormentava o sono e só queria estar junto dele. Imprudentemente, mesmo diante da incerteza larguei tudo para trás e, fui viver com esse homem que mal conhecia. Mas, a paixão é assim mesmo, nos cega e o que interessa para satisfazer a ansiedade do amor revelado é estar ao lado do homem idealizado.

Aprendi a ter que me contentar com algumas faltas, mas estava ao lado daquele que escolhi para me dar a imortalidade. E, entreguei-me de corpo e alma, unindo-me ainda mais aquele homem como uma amálgama. Passei a ser ele porque achava que ele era eu.

Foram anos com momentos felizes e infelizes, numa mistura de êxtase e sofrimento, cuja paixão febril se estendeu ao amor legítimo. Enfrentei muitas crises e muitas eminências de perda, mas lutei muito e perdoei todos os deslizes. Minha vida era aberta e totalmente transparente àquele homem que sempre se mantinha misterioso e incógnito, mas sabia me cobrar, e muito, todas as provas de amor para se sentir seguro que eu estivesse mesma, aprisionada.

Fui leal, fiel, cúmplice, amiga, companheira, agüentei todas as barras enfrentadas ao seu lado. Parafraseando também, Renato Russo em poesia musical de "Eduardo e Monica"... "que nem feijão com arroz".

Passei por muitos momentos solitários nos últimos anos, enfrentando o abandono emocional, sendo investigada e inquirida, mas sempre acreditando tratar-se de uma crise passageira, como tantas outras.

Eis que, de repente tudo mudou e do nada, fui abandonada com a desculpa mais esfarrapada de que não se sentia amado por mim e era nítido que havia me apaixonado por outro. Mas, que outro ?  Na verdade, não era outro e também, o problema não era eu.  
 
João havia se apaixonado por outra, mantinha um caso por meses e num ato perverso e covarde, depositou todo o peso dos anos em meus ombros. Saindo ileso, do seu ciúme doentio infundado, da sua insegurança por baixa-estima. Talvez, tivesse se vingado por todas as alucinações. Restando-me apenas, a dor profunda de um sofrimento insuportável.


Um comentário:

  1. ana, minha historia é parecida com esta, não exata, mas parecida. eu tambem acredito que ele nao me queria mais ha algum tempo, mas por fraqueza de admitir isto, começou a ter alucinaçoes a meu respeito, e tudo acabou, ficando, obviamente , a culpa de tudo, pra mim . e agora, só me resta viver com a dor da saudade e a angustia de nunca mais poder convence-lo de que SEMPRE fui só dele .

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