Quem não acredita que o amor é o mais eficaz dos remédios ou terapia está correndo riscos.
Clara nem tinha completado seus quarenta anos de vida e estava diante de uma maratona de consultórios, percorria mastologistas e oncologistas na busca da salvação. Além, do sofrimento dos exames, os mesmos revelavam péssimos diagnósticos e as opiniões não se divergiam. Logo, era preciso extirpar urgentemente o tumor.
Em sua mente de mulher vaidosa, Clara, já vislumbrava a perda dos longos cabelos que compunham sua beleza e o pior de tudo, a amputação do seio que alimentava sua sensualidade e despertava desejo em seu amado. Por enquanto, não pensava na morte. Apenas, na falta que seria a mutilação para André.
De repente, talvez pelo estágio normativo da negação, ainda não lhe havia sucedido a visão fatídica de seu velório. Entretanto, como não podia se fazer de avestruz por muito tempo, necessitava levantar a cabeça e não se esconder do sério problema maior que era a possibilidade de finitude.
Pensou na dor de André. Ainda, foi mais longe, pois não era justo que seu companheiro certo de ter optado por uma mulher jovem, fosse condenado a compartilhar do doloroso tratamento de câncer, como nomeado enfermeiro do definhamento de Clara até enterrá-la.
Era uma previsão muito dura para o amado André, cujo sofrimento lhe fosse imposto sem ao menos ter chance de escolha. E, se ele não tivesse forças para suportar ? Provavelmente seria julgado e apedrejado por todos.
Cirurgia marcada, Clara convida André às vésperas, num ato de amor e despedida, para um bar em que lhe daria a oportunidade de deixá-la o quanto antes do final. Assim, evitaria o sofrimento duplo. Mas, a recusa foi categórica, demonstrando André de pronto todo amor, carinho e afeto daquela relação perfeita.
Diante de tanto amor e dedicação do companheiro, a cirurgia de Clara foi um sucesso milagroso, assim como outras que estavam por vir, não a deixando perder seu seio, muito menos as madeixas e a revigorando para vida.
Assim, a força do amor salvou aquela mulher !
“Em última análise, precisamos amar para não adoecer.” Freud
lindo texto
ResponderExcluirlindo blog!
vou voltar sempre.
beijo
olá Ana, obrigada pela sua visita, eu fico muito feliz sempre com um novo seguidor. E em retribuição ao carinho da visita, estou aqui no seu blog, que é simplesmente lindo, belos textos.
ResponderExcluirEspero que volte sempre!
grande abraço...