... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Um pouco de Simone de Beauvoir...

"Boa noite, querido, sinto-me sossegada e feliz esta noite, sei que irei vê-lo; não será muito breve, mas também não daqui a muito tempo; não será por longos anos, mas também não por apenas alguns dias. Só tenho de esperar, e vai acontecer. Durante semanas e semanas será com meus lábios que direi 'boa noite, querido', e na cama, aquecida pelo seu calor, você estará lá, quando eu despertar. Será maravilhoso! Eu o sinto bem próximo, se hoje a minha cama não está aquecida pelo seu calor, ao menos o meu coração está. Sua feliz e apaixonada rã. Sua Simone."
(Simone de Beauvoir in Cartas a Nelson Algren: um amor transatlântico)



"Ambos desejávamos abreviar as despedidas: Algren me deixaria por volta do meio-dia, no trem, em Gary, e eu iria sozinha para o aeródromo. Na última manhã, o tempo nos pareceu longo; não queríamos falar, e nos incomodava ficar calados. Eu disse enfim que estava contente com a minha estada, e também porque pelo menos permanecia entre nós uma verdadeira amizade. 'Não é amizade' – disse ele, brutalmente. 'Nunca poderei sentir por você menos que amor.' Essas palavras, de repente, depois daquelas semanas tranqüilas, punham tudo novamente em discussão: se o amor existia ainda, por que as despedidas definitivas? Todo o ano passado me veio de novo ao coração, e minha derrota foi para fim intolerável; no táxi, no trem, no avião e à noite em Nova York, durante um filme de Walt Disney, no qual os animais se devoravam uns aos outros sem cessar, não parei de chorar. Do meu quarto no hotel Lincoln, com os olhos marejados de lágrimas, escrevi uma breve carta a Algren. Estava ou não acabado? Cheguei a Paris no dia de finados, havia crisântemos e pessoas de preto por toda a parte. E eu sabia a resposta à minha pergunta."
(Simone de Beauvoir in A Força das Coisas)

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